quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Médico ou Monstro?

Quando o pediatra da Monique
esteve no hospital para dar alta a ela,
foi bem firme ao dizer que não deveríamos
sair de casa com ela antes de 1 mês de vida.

Também deixou bem claro que o único
medicamento a ser usado seria o Paracetamol.

Fez mil e uma recomendações sobre
passar de colo em colo, pessoas gripadas,
mãos lavadas e crianças por perto.

Tudo isso aumentava ainda mais a minha “neurose”.

Quando as pessoas vinham nos visitar,
só ficavam satisfeitas após pegarem ela no colo,
o que eu entendo e até acho normal.

Mas nesses primeiros dias sendo ainda muito pequena,
acredito que isso não faça muito bem para ela,
mas é difícil, ou melhor, impossível dizer NÃO.

Se dizer não para o colo é difícil,
imagina dizer para não embalar e
lavar as mãos antes de pegar.

Tudo isso era mesmo impossível para mim.

Pra me deixar ainda mais “doida”,
tenho duas sobrinhas de 3 e 5 anos,
que estão radiantes com a chegada da Monique.
Mas para elas pegar a Monique no colo
é igual como se pega as bonecas pra brincar.

Minha irmã, mesmo segurando, colocava no colo delas.
Eu ficava cega vendo isso, pois não queria que fizesse,
mas não sabia como dizer pra não fazer.
As crianças já perceberam o meu nervosismo
e faziam ainda mais pra me provocar.

Parecia que ia “afundar a moleirinha” da Monique,
toda vez que impulsionavam o corpo sobre a cabeça dela,
e meu coração parecia que ia sair pela boca
toda vez que via essa cena acontecer.

Quando tinha coragem de falar alguma coisa,
mencionava logo que foi o médico quem falou.

Então comecei a ouvir que não podia
ir atrás de tudo que os pediatras dizem.
Que as coisas não são bem como eles falam.

Então me pergunto quais cuidados
realmente necessitam de maior atenção,
e se não é bem assim, então porque eles falam isso?

Ele queria me ajudar dizendo essas coisas,
ou queria me deixar mais confusa ainda?

Muitas dúvidas surgiam na minha cabeça.
Todos queriam palpitar em alguma coisa,
e em vez de me ajudarem me confundiam ainda mais,
e filtrar esses comentários, não era tão fácil,
como filtrar os que surgiram durante a gravidez.

Era bem mais fácil de conduzir as coisas
da maneira que as outras pessoas relatavam
do que da maneira que o médico colocou.

E com tantas proibições médicas,
fez ele deixar de ser um médico pra mim,
e passar a ser um monstro naquele momento.







quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Depressão! Será?




O sentimento de ser mãe era muito bom.
Jamais poderia imaginar tamanho amor sem sentir.
A cada dia eu estava mais apaixonada pela minha filha,
porém outro sentimento tomava conta de mim, o Medo.

Não sabia muito bem como ou porque,
mas estava me fazendo muito mal sentir isso.

Não sabia como agir com esse sentimento.
Dividir com as pessoas talvez fosse uma saída,
mas eu tinha medo de não ser compreendida,
então só me restava chorar, e chorei muito.

Em minha cabeça passavam vários acontecimentos,
e todos eles eram ruins e envolviam a minha filha.

Ela era tão pequenina,
tão frágil que parecia que ia “quebrar”.
Era o meu “passarinho de asa quebrada”,
precisando de muitos cuidados.

Chegava a me faltar o ar, e por alguns instantes
tinha a impressão que o meu coração parava de bater
toda vez que imagina que pudesse perder ela.

Meu marido já não sabia mais o que fazer pra me ajudar,
isso que eu nem contava pra ele tudo o que eu pensava,
somente dizia que tinha medo de perdê-la e nada mais.

Certo dia vi na televisão uma reportagem.
Era sobre uma mãe que levantou pra fazer café
e o botijão de gás explodiu matando-a e
ferindo os dois filhos que estavam em casa.

Pronto, quem disse que eu conseguia ir até o fogão?
Toda vez que isso era necessário me dava pânico.
Já estava ficando neurótica com tudo isso.

O que me acalmava era amamentar.
Quando ela estava ali em meus braços
fazia com que eu me sentisse forte,
e parecia que nada de ruim pudesse lhe acontecer.

Então eu chorava mais ainda olhando para ela
e agradecendo a Deus por ter ela ali comigo.

Após algumas semanas estava me sentindo melhor
e resolvi contar para minha mãe o que eu senti.
Ela acabou ficando preocupada e disse
que poderia ter me dado uma depressão.

Meu marido confessou que também pensou,
mas que tinha medo de me falar isso.

Enfim, depressão ou não, eu não sei.
Mas sei que hoje eu estou ótima
e graças a Deus, curtindo muito a minha filha.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Uma Boneca de Verdade!


Graças a Deus foi tudo perfeito.
Eu estava me sentindo super bem,
tirando claro, as dores para amamentar
e o “retorno” do útero ao normal.

Domingo, 03 de Maio, havia passado 3 dias,
e agora era hora de voltar para casa.

Ao chegar em casa o peso da responsabilidade foi maior.

É hora de assumirmos os nossos papéis.
Hora de ser mamãe e papai de verdade.
Agora era pra valer.

Sem ninguém pra ajudar na hora do banho,
nas trocas de fraldas e durante as mamadas.
Nossa “bonequinha” era de verdade,
e precisava exclusivamente de nós.

De inicio, confesso que assusta um pouco.
A gente se pergunta, será que daremos conta?
Mas o instinto fala mais alto sempre,
e por fim, a gente acaba tirando de letra,
ou, achando que esta tirando de letra.

Olho pra ela e nem acredito que é minha.
Várias vezes me pego chorando,
principalmente nas horas de amamentar,
e não me canso de agradecer a Deus por ela.

Quase nem lembro que estive grávida.
Enjôos, inchaço, falta de ar, noites sem dormir...
Já nem acredito que fizeram parte da minha vida.
Tudo é esquecido e compensado quando olho pra ela.

Com certeza uma grande benção em minha vida.
É um amor que transforma a gente.
Um amor tão grande, que chega a doer no peito.



Lambendo a Cria.


Na manhã seguinte ao nascimento da Monique
o meu obstetra veio me visitar no quarto.

Chegou brincando, perguntando se eu estava sabendo
que a Guarda Municipal teve que bloquear as ruas
perto do hospital no dia de ontem, devido a uma
multidão que veio fazer visita no hospital.

Disse isso se referindo à quantidade de pessoas que
aguardavam a chegada da Monique pela vitrine do berçário.

Após a brincadeira, e de saber como eu estava,
avisou-me que iria aproveitar o feriado
para ir até Pelotas “lamber a sua cria”,
estava se referindo a sua filha que mora e estuda lá,
mas que voltava no sábado a tarde para me dar alta.

Tudo certo, porém o sábado passou e ele não veio.

À noite a enfermeira entrou no quarto avisando-me
que o médico havia ligado e que não poderia vir.
Deu uma desculpa qualquer sobre pegar a estrada a noite,
mas que viria no domingo, ainda pela manhã.

Eu sabia que aquilo não era verdade,
com certeza quis aproveitar melhor o passeio.

Na verdade, já imaginava que isso podia acontecer,
tanto que eu não havia guardado nada das minhas coisas,
e mesmo com vontade de vir embora, eu podia entender.
No domingo pela manhã após o café e o banho,
guardei todas as coisas e fiquei a espera do médico.

As 11:30 chegou o meu almoço, e ele ainda não.

Já passava do meio dia quando ele entrou no quarto.
Chegou rindo e se desculpando.

Antes que pudesse dizer qualquer “desculpa esfarrapada”
eu fui logo dizendo que lhe perdoava,
pois agora sabia muito bem o que é “lamber a cria.”






quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Primeiro Baile...



Eram 8 da noite quando sai da sala de recuperação
e junto com a Monique fomos para o quarto
onde o Miro aguardava por nós.

Apesar de o corpo estar pedindo um descanso
eu não consegui dormir naquela noite
pois qualquer “ruído” que ela fizesse
era o suficiente para curvar o meu corpo e olhá-la.

No dia seguinte era sexta feira de feriado,
1° de Maio dia do Trabalhador,
o que facilitou a visita para muitas pessoas.

É sempre bom receber os amigos.
Nós pais, queremos apresentar nossos filhos.
Ouvir as pessoas dizendo que são bonitinhos
e que parece com um ou com o outro.

Acredito que somos pessoas muito queridas
pelos nossos amigos, pois a galera foi em peso.


Recebemos muitas visitas.
Em certo momento, além do Miro, Monique e eu
havia mais 12 pessoas juntas no quarto,
fora o restante que iam chegando e saindo.

Todos estavam impressionados com a Monique,
uma criança super calma, tranquila e serena,
que mesmo no meio de tanta conversa não acordava.

Mas o dia acabou e as visitas foram embora.
Então começou o nosso baile...

Nossa pequena acordou e não dormiu mais.
Estava inquieta e chorava muito.
E o baile se estendeu madrugada adentro.

O Miro já vencido pelo cansaço
deitou-se na cama ao lado e dormiu, e pior,
roncava muito e mesmo eu chamando não acordava.

Cheguei a jogar travesseiros nele,
e mesmo assim nada dele acordar.

A essa altura, eu já estava furiosa.
Eu não queria ficar sozinha naquele baile.

Lembrava das visitas que lhe encheram de “colinho”,
e que com certeza estavam dormindo em suas camas,

e eu ali sozinha, sem mais ninguém pra me ajudar.

O baile se estendeu até as 5:30 da madrugada
até que finalmente ela dormiu.
Porém dormiu junto na cama comigo
o que me deixava com medo de dormir
e acabar deitando sobre ela.

Depois que ela foi para o berço,
finalmente achei que iria descansar,
mas tudo não passou de um doce engano.


Era quase 7 horas da manhã.
Começava a troca de plantão,
e muitas conversas surgiam no corredor.

A porta do quarto se abre, era uma enfermeira,
que veio passar a medicação e verificar os sinais,
e quis saber como havia sido a nossa noite.

Eu não sabia se ria ou chorava para responder.
Após ter relatado, ela disse: Agora dorme e descansa.

Pensei em fazer isso, mas o barulho ensurdecedor
dos carrinhos passando pelo corredor não deixavam.
Eram as copeiras entregando o café da manhã.

Chega então o café, eram 8 horas da manhã.
Mais um dia começava sem eu ter dormido.

O baile havia terminado,
mas a ressaca não me deixava esquecer.






quarta-feira, 29 de julho de 2009

Super Poderosa!


Acho que não existe outra palavra
para explicar como eu estava me sentindo.
Estava realmente me achando poderosa.

Tive medo durante a gestação de não poder amamentar,
pois sabia, o quanto isso seria bom para a minha filha.

No inicio foi difícil, doeu muito mesmo.
Isso que eu havia cuidado bastante na gestação.
Mas meu mamilo ficou bem machucado
até sair todo o colostro para então vir o leite.

Confesso que cheguei a chorar em algumas mamadas.
Mas mesmo sangrando eu não desisti.

A enfermeira sempre que podia vinha ver o meu seio,
e por varias vezes me orientou a chamá-las
para preparar um NAN em vez de dar o peito.

Eu dizia que faria isso na próxima mamada,
mas meu instinto materno não permitia.

Talvez mais tarde até acabace cedendo,
mas agora ainda não, ainda era cedo.

Queria continuar me sentindo “Super Poderosa!”

Relatos de um Pai.




Como diz o Miro:
“Não somos privilegiados com o dom da gestação.
Não podemos sentir nosso filho mexer na barriga,
mas podemos ter o privilegio de vê-los nascer.”

Segundo ele conta, jamais vai esquecer a voz da pediatra
dizendo “levanta e olha agora paizinho que vai nascer”.
E ao levantar, ele vê o nascimento da sua filha.

Se pra mim foi frustrante não poder ficar com ela
após o nascimento e ida para o berçário,
com certeza para ele ter acompanhado esses momentos
foi e será uma experiência inesquecível.

Pode ver ela sendo examinada pela médica
que sem medo mexia e remexia a Monique.
Movimentos que se a gente for fazer,
parece que a criança vai “quebrar”.

Acompanhou sua medida e pesagem.
Também viu seu pesinho sendo carimbado.

Mas disse que foi difícil vê-la chorando
ao receber a sua primeira vacina e a injeção.
E que agonia maior, foi ver a médica
introduzindo a “mangueirinha” nas vias respiratórias
para limpeza e sua total desobstrução.

Sentiu a dor junto, mesmo sabendo que era
para o próprio bem da sua filha amada.

Acompanhou tudo bem ali ao lado.
E quando podia, conversava com ela
a fim de ver se acalmava o seu choro.

Banho tomado, cabelo penteado e unhas cortadas.
Viu a fralda e a primeira roupinha ser vestida.
E então, a maior das satisfações,
ter a sua filha tão esperada nos braços.

Pode vê-la, ouvi-la, beijá-la e sentir o seu cheiro,
mas te todos os seus sentidos, nada se comparava
com a satisfação de poder tocá-la.

E até hoje, quando revemos sozinhos
as cenas gravadas do nascimento
ele se emociona muito com as imagens.

E sempre que pode aconselha outros pais,
que se um dia vierem a ter essa oportunidade
que não deixem de viver esse lindo momento.






Sala de Recuperação


Enquanto a Monique foi levada para o berçário
acompanhada pelo Miro e pela pediatra,
eu continuei na sala cirúrgica para o fechamento do corte.

Como o centro cirúrgico era ao lado do berçário,
era possível escutar o choro intenso dela.

O que para os médicos era um sinal de pulmão bom,
para mim era um sinal de impotência,
pois queria poder pegar minha filha nos braços e acalmá-la.

Quando fui levada para a Sala de Recuperação (SR),
deixaram-me dar uma espiada ao passar pelo berçário.

Minha pequena estava tomando o seu primeiro banho.
Meu marido veio até mim afagar-me o rosto,
e certificar-se de que estava tudo bem comigo.

Além da alegria de estar vendo minha princesa,
alegrei-me muito quando vi a quantidade de pessoas
que assistiam aquelas senas pela “vitrine” do berçário.

Familiares, parentes, amigos e colegas estavam presentes
compartilhando conosco esse lindo e abençoado momento.

Após ser acomodada na Sala de Recuperação,
esperar por ela estava sendo um grande tormento.

O que me consolava era saber que hoje
já recebemos nossos filhos na sala de recuperação,
pois há pouco tempo atrás isso só era possível no quarto
após já ter passada todo o efeito da anestesia.

Quando recebi minha pequena nos braços
ela estava ainda mais linda, vestida e de banho tomado.
Posso sentir até hoje aquele primeiro cheirinho de bebê.

Ela chorava um choro sentindo de cortar o coração.
Vir ao mundo deve ser uma experiência um pouco
traumatizante para nós, mas por sorte é esquecida.
Era hora de tentar dar o peito para ela.
Sem poder mexer-me direito por estar anestesiada
fui auxiliada pelas técnicas de enfermagem.

Quando a Monique sentiu o cheiro do meu peito
parecia um porquinho “fuçando” em uma leitoa.
Ela sabia que ali tinha algo que queria,
porém ainda não sabia como sugar.

Pronto... Agora eu já tinha ela nos braços.
E se a gravidez e o parto já faziam eu
sentir-me uma mãe de verdade,
com certeza aquele momento me fazia muito mais.



segunda-feira, 27 de julho de 2009

Obra de Deus... Momento Mágico e Inesquecível.


Finalmente fui chamada para a sala do parto.
A cesárea que seria as 14:00, acabou sendo as 16:00.

Me despedi do Miro vendo apreensão em seus olhos.

Na sala fui recebida pelos assistentes e o anestesista.
Esse por sua vez, ia me explicando tudo o que fazia.
Mas me senti segura quando o Dr. Walter chegou.
Parou-se em minha frente, segurou os meus braços
e encostou a minha cabeça em seu peito.

Era necessário ficar curvada para fazer a anestesia,
mas de certa forma, me senti mais protegida com ele.
A única coisa que me deixava tensa eram as crises de asma,
e eu mantinha a “bombinha” na mão ainda naquele momento.

Não sei quanto tempo se passou até a anestesia fazer efeito,
mas me alegrei ao ver o Miro entrando na sala.
Desta vez os seus olhos passavam um certo nervoso,
e eu procurei tranquilizá-lo dizendo que estava tudo bem.
A mão dele que acariciava o meu rosto estava gelada.

A presença do Miro na sala da cesárea me dava uma certeza,
era chegada a grande hora, o momento mágico ia começar.

Eu não sentia dor, mas sentia o toque do médico.
O cheiro forte causado pela cauterização das veias,
deixava-me com vontade de tossir, mas me continha.

Conversei com Deus várias vezes durante o procedimento.
Até que fui interrompida pela voz do anestesista, que disse:

“Agora vou ajudar o médico a puxar ela.”

E a pediatra:
“Levanta pai pra ver, pois vai nascer.”

Todos os meus sentidos se voltaram para aquele momento,
que além de mágico, passou a ser inesquecível
a partir do momento que escutei o choro dela.

Não tenho palavras para explicar o que senti.
O meu choro era incontrolável, e a emoção grande demais.
(e continua sendo ao escrever e lembrar aquele momento).
Mas junto a sensação de dever comprido, de satisfação.

Ela chorava muito enquanto a pediatra a examinava.
Entre choros, meu e dela, pedi para o Miro tirar fotos,
e a pediatra disse:
“O pai precisa curtir esse momento, outra pessoa tira”

Então, ainda aos choros a trouxeram pra mim,
e a encostaram em meu rosto.
Só quem já viveu esse momento pra saber o que é.

Comecei a falar com ela e ela foi se acalmando.
Então, cantei parte de uma música que pra mim é especial,
E diz assim:
“Menina linda demais, perfeita aos olhos do Pai.
Alguém igual a você não vi jamais”.

Quando parei de cantar e falar, o choro voltou,
E a pediatra disse:
Canta mais mãezinha que ela esta gostando.

Não tem valor que pague esse momento.
Com certeza, mágico e inesquecível.
Momento único pra vida toda.
Uma obra de Deus concretizada em mim.

Minha princesa nasceu com
2,775 kg e 48 cm.





A Melhor das Esperas!


Como já comentei várias vezes,
esperar sempre fez parte da minha vida,
e saber esperar é realmente uma arte.

A mais longa das esperas foi até engravidar.
Depois, a ansiedade da espera dos nove meses.
E agora, estava eu ali, na sala do Centro Obstétrico,
aguardando chegar o momento da cesárea.

E esta estava sendo a melhor das esperas.
Não menos tensa ou ansiosa que as outras,
mas com certeza, a melhor e mais fácil de esperar.

Eu podia ter comigo um acompanhante,
e claro que nesse momento eu queria o Miro.
Ninguém me passava tanta tranquilidade como ele.
Na verdade, eu é que passava pra ele que estava tudo bem,
e isso fazia com que eu com certeza me sentisse melhor.

Nós não precisávamos dizer nada um ao outro.
Apenas no olhar já transmitíamos o que pensávamos.

Mas uma coisa precisava ser dita:
Então, agradeci a ele por esse momento.
E deixei claro que nossas vidas jamais seria a mesma,
mas que com certeza seria ainda melhor.

“Deixaríamos de ser um casal,
e passaríamos a ser uma família.”



Uma Grande Aventura!


Aceitar que era chegada a minha hora era fácil.
Difícil era aceitar que eu não podia ir até em casa.
E contrariando as ordens médicas, acabei escapando,
com a ajuda de uma amiga, que me levou pra casa.

Eu queria muito filmar aquele momento especial,
e eu não podia estar vestida de uniforme e sem maquiagem,
coisa que qualquer mulher no meu lugar entenderia.

Liguei para o Miro que veio rapidamente do trabalho.
Pra dificultar, o carro estava no mecânico, e ele de bicicleta.
Chegando no mecânico, o rapaz emprestou um fusca
para facilitar a vinda do Miro até nossa casa.

Eu parecia uma “barata tonta” dentro de casa.
Caminhava rapidamente tentando não esquecer de nada.
Passei para a Rose (amiga que estava junto) algumas tarefas,
como avisar minha mãe e desmarcar o dentista.
A Rose me lembrava que era necessário calma,
(acho que ela tinha medo que a criança nascesse ali).

Troquei de roupa, me maquiei, e escovei o cabelo.
O Miro chegou transbordando ansiedade.
Querendo saber se tinha tempo de tomar banho... rsrsrs

Peguei a sacola, minha e da Monique, e partimos para o hospital.

Na verdade, partimos para uma aventura,
e sabíamos que seria inesquecível e a maior de nossas vidas.

Mamãe, Quero Nascer!


Quinta-feira, 30 de Abril, véspera de feriado.
Eu estava preparada para o meu último dia de trabalho.

Mas antes de começar o dia eu tinha uma consulta,
provavelmente seria a última antes do nascimento.
Na verdade, já iria pegar os papéis para agendar a cesárea
que seria na próxima sexta-feira, 08 de Maio.

Antes da consulta, costumo ligar para o consultório,
a fim de saber se o médico vai estar atrasado,
dando assim, tempo de tomar café antes da consulta.
Mas fiz diferente, e mesmo estando com fome, não liguei.

Cheguei na consulta e o Dr. comentou sobre a minha barriga,
de como ela havia baixado dês da última semana.
Então disse que notei isso desde ontem (quarta) de manhã.
E que a minha sobrinha de 5 anos também havia dito:
“ Dinda, a tua barriga ta murchando.”

Ao fazer o exame de toque notei surpresa no rosto dele,
que foi logo informando que eu estava com 3 dedos de dilatação.
E junto veio a pergunta:
Você está tendo uma contração agora, não está sentindo?

Claro que sentia algo diferente em mim,
mas não era nenhum absurdo, tudo era suportável.
Então comentei que o que sentia era uma cólica forte.

Surpresa maior foi pra mim quando ele me disse
que eu precisa ir “agora” para o hospital.

Tentei argumentar, dizendo que ia esperar em casa.
Quando firmemente ele me olhou e disse:

“Você não está entendendo, seu nenê quer nascer”

Dias sem Noites...

Graças a Deus entrei na reta final.
Curti ao máximo a minha gravidez,
Mas agora, além da ansiedade de tê-la em meus braços,
também estou tendo dias intermináveis, e isso cansa muito.

Com o calor, estou cada vez mais inchada,
meus pés só entram em chinelos e mesmo assim apertados.

Dormir? O que é dormir?
Ta aí uma coisa que não sei faz tempo.
Se antes era difícil encontrar posição para dormir
por causa do tamanho da barriga, agora complicou mais.

Estou com gripe e muita tosse, além de crises frequentes de asma.
Passo as noites em claro, então aproveito para ler.

Ir para a cama só quando sou vencida pelo cansaço,
e isso acontece lá pelas cinco da madrugada,
e mesmo assim só se for para tentar dormir sentada.
E quando consigo dormir, já é hora de levantar.

E mais um dia começa, mais um?
Como assim? Aquele chegou a terminar?
Talvez por isso meus dias sejam intermináveis,
pois se tornaram dias sem noites para mim.




domingo, 26 de julho de 2009

Ecografia Obstetrica

Deixado passar toda a correria do chá de fraldas,
estava na hora de fazer mais uma ecografia.

Provavelmente essa seria a última antes da Monique nascer.
Mas com certeza não menos emocionante que as outras.

As imagens já não são tão claras como no inicio.
É preciso ver em partes e não mais em um todo.

Eu estou com 32 semanas e 4 dias de gestação.
O médico nos disse que ela esta pesando 1.955 kg,
O que é bom e normal para a idade gestacional dela.

Mas o que mais me deixou emocionada foi quando
ele disse que ela seria beiçudinha e cabeluda.

Com a mãe e o pai que ela tem,
ser beiçudinha não deve ser muito difícil... hehehe.

Mas se antes já era bom ficar imaginando como ela seria,
agora com essas informações ficou ainda melhor.

Meu Chá de Fraldas!



É orgulhoso demais poder dizer:
“Meu Chá de Fraldas!”

Com certeza foi a concretização de um sonho,
que confesso até cheguei a pensar,
que nunca iria ser realizado por mim.

Os preparativos que antecederam o chá,
foram bem cansativos para mim,
o que me deixou muito tensa e preocupada,
pois a expectativa era grande demais.

Eu sempre fui muito brincalhona e participativa
em todos os chá de fralda e de panela que fui.
E isso me fazia imaginar que o meu seria assim.

Porém quando tudo acabou eu estava um tanto triste,
pois as coisas não haviam saído bem como eu imaginava.

Acho que não fui muito feliz na distribuição das cadeiras.
Acabei ficando muito longe das pessoas,
e muitas vezes precisava gritar para ser ouvida.
Embora estivesse no meio de tantas pessoas,
às vezes me sentia completamente sozinha.

Convidei em torno de 100 pessoas,
mas infelizmente faltou muita gente.
E isso me chateou bastante no primeiro momento.

Eu sabia que nem todos poderiam ir,
mas algumas pessoas que não foram
eu contava certo com a presença,
e isso acabou me decepcionando um pouco.

Durante o chá, deixei passar entre os convidados,
um caderno onde as pessoas, podiam escrever algo,
uma espécie de recordação para mim e a Monique.

À noite, ainda um pouco desanimada,
resolvi ler as recordações do caderno,
e para minha surpresa uma delas me fez chorar.

Era a da minha mãe que dizia assim:
“Monique, a vó te ama e está muito feliz
de ver a tua mãe realizando um sonho.

Nesse momento a ficha caiu em mim.
Vi o quanto estava sendo ingrata e chorei muito.
Pior do que não ter saído como eu planejei,
seria nunca realizar esse sonho, e isso eu havia realizado.

Percebi a injustiça que estava fazendo comigo mesma,
e principalmente com as pessoas que estiveram lá,
e que me ajudaram a tornar esse sonho, uma realidade.

Enfim uma gravidez de verdade,
com sonhos de verdade realizados,
meu book de fotos e o meu chá de fraldas.


Curso para Gestantes


Para alguns isso não passa de “frescura”,
mas para nós foi de grande proveito.

O curso teve duração de quatro noites,
e foi realizado no Hospital Unimed.

Foi muito bom estar presente entre outros pais.
Aprendemos e esclarecemos muitas dúvidas.
E o melhor é saber que essas dúvidas,
não estavam presente somente na nossa cabeça,
mas que é normal e faz parte de todos que
vivem um momento especial como nós.

Entre as coisas que vivenciamos no curso,
uma me chamou a atenção e vou relatar aqui.

Foi na noite em que a Fiel produtora de vídeos
veio apresentar o seu trabalho para os pais
caso optassem por gravarem o nascimento do bebe.

Para termos mais ou menos uma idéia de como seria,
as luzes foram apagadas e um vídeo foi exibido.

A gestação nos deixa muito sensível e chorona,
e vendo aquelas cenas era difícil me controlar,
ainda mais sabendo que em breve seria comigo,
mesmo assim, procurei manter-me firme ao máximo.

Aos poucos comecei a escutar uma “fungação”.
Com certeza aquilo não era do vídeo exibido,
e certamente havia gente chorando.

Para minha surpresa, percebo que o Miro,
sentado ao meu lado estava enxugando as lágrimas.

Ao final da exibição as luzes foram acesas,
e a surpresa foi ainda maior quando
ao olhar em minha volta pude perceber
que raro foi o homem que não havia chorado.

A gravidez deve ter deixado os nossos maridos
também mais sensíveis, e nessa hora ser o sexo frágil,
não era mais uma exclusividade de nós mulheres.

Ecocardio Fetal


Não me perguntem porquê?
Mas eu estava sim, “fugindo” desse exame.
Apesar de saber de como era necessário e
também muito importante, mesmo assim,
eu já havia adiado por duas vezes,
mas agora não tinha mais como fugir.

Mãos e pés suavam na expectativa do resultado.
Não sei por que, mas eu estava nervosa desta vez
com o possível resultado dessa ecografia.

Como nas ecos anteriores, o Miro estava comigo,
e procurava me passar muita tranquilidade.
Ele sempre afirmou que estaria tudo bem.

Entramos para a sala e o exame começou.
A reação facial da médica me deixava tensa,
parecia que ela queria dizer algo negativo,
mas tudo não passava do meu próprio nervosismo.

Terminado o exame, aguardamos o resultado.
Que para nossa alegria estava tudo bem,
e como diz o Miro: “Eu já sabia”.